segunda-feira, 10 de março de 2008

Névoa

Olho o café esfriar em minha mesa, como um ode ao clichê do passado. Ele está frio o bastante para não desejar beber e engolir assim mesmo com uma careta estranha que combina comigo nesse momento.

Penso enquanto folheio esse livro sem me concentrar em nenhuma palavras escrita, zanzando linha por linha, pensando em como tudo que me cerca sempre torna-se névoa.

A sensação de um beijo deixado com saudades me prende a memórias que não são minhas. Meus pensamentos e atos sempre são mal interpretados por quem está a minha volta e penso por quê deixo sentir deste modo.

Por que as pessoas não entendem? Essa mesmo que agora sorri para mim na mesa a frente e que poderia estar me beijando em instantes, irá entender? Ou mais uma vez terei sorrisos, entregas, receios e lágrimas?

Meu corpo deveria ser destinado as putas. Comprar prazer pela necessidade do suor sem confundir ninguém. Sem envolver palavras e um rosto bonito o bastante para deixar lembranças e sorrisos soltos ao ar.

Peço mais uma café e deixo-o esfriar novamente sobre a mesa. Fumaça, névoa, Éter... Assim como eu.

Um comentário:

Mah disse...

aqueles pensamentos leves vão se dissipando...soprando forte... esfriando o café.