sexta-feira, 26 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Intuição

Eles estavam ficando há quase um ano, era alguns momentos, suas saídas e a certeza que estavam melhor hoje do nunca estiveram algum dia.

As conversas eram divertidas, saudades sinceras e fodas sensacionais. Havia um pouco de cumplicidade, no olhar de filmes, momentos, fazer comida para ela e até mesmo ouvir sua respiração enquanto estava dormindo.

O que muda o caminho de duas pessoas? O que faz que o interesse dure alguns meses e morra em algumas semanas?

Não teria motivos para buscar respostas para isso. Não existiu nenhuma cobrança em relação ao dinamismo temporal e não haveria de existir agora.

Ela saiu como uma viagem final de haxixe. Deixando a sensação de uma mente lutando contra o acordar para a realidade.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia dos namorados



- O que você vai fazer hoje?
- Nada.
- Nenhuma balada?
- As festas hoje são caras e os restaurantes estarão lotados, vou evitar a fadiga e ir para casa.
- Nossa que triste.

...

- Triste?
- É.
- Ontem eu ir para casa era triste?
- Ai, desculpa é que...
- É apenas uma data, não é nada demais. Um símbolo para as pessoas se agarrarem, uma permissão de ser feliz, uma dia para perdão. Por que eu iria estar triste por não ter que criar algo, só porque me dizem que hoje é importante mostrar afeto?
- ...
- Espero que tenha uma excelente noite, que nada dê errado, que não esteja mestruada, que ele não beba demais e broxe. Eu não preciso de nenhuma pressão para ter um bom dia. E na próxima vez que me fizer alguma pergunta, que seja para se importar, não para tentar se sentir melhor.
- ...
- Idiota.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Confinada

Havia um espaço dentro de mim, uma área livre que era voltada para algo distinto dessa dor, corte e vergonha. Ela morreu junto com a liberdade de pensar em qualquer lugar longe dessas paredes e umidade que me cerca.

O cheiro de urina e fezes a minha volta não me incomoda. O cheiro forte de suor impregnado no que sobrou das roupas que rasgaram me incomoda mais. Foram quantos soldados? Tornaram-se apenas um amontoado de carnes, contra meu corpo dormente após o terceiro.

Sinto meu lábio inchado, percebo que está dolorido ao levantar meu rosto deixando parte dele colado ao cimento mal colocado, às pressas, como se tivessem uma necessidade extrema de finalizar um espaço para deixar os indesejáveis.

Por que nos punem dessa forma? O que faz esses homens senhores da verdade, da política, do dizer e do destruir corpos que buscam mostrar, aos demais, que todos somos livre?

...

A porta abre e vejo o vulto de dois homens me avisando que já descansaram o bastante. Que hoje vão adorar me ajudar a cagar durante a semana.

Engulo mais uma vez a mulher dentro de mim. Sou um espírito de luta, sou o desejo de mudanças, não sou uma mulher. Sou o simbolismo de todas que estão sendo violentadas e torturadas pelas mentiras. Mentiras essas que se tornam tão reais nesta cela.

Deus... Me ajude a morrer hoje.