quinta-feira, 26 de maio de 2011

XI - Jogo parte 1



Fernando passava pela rua fuçando a lixeira perto do bar Pôr do Sol, hoje era terça-feira e ainda não estava no horário certo para pedir dinheiro, cigarro ou bebidas. A maioria dos estudantes ainda não estavam bêbados ou socialistas o suficiente para tanto.

Encontrou um livro velho e uma caixa rasgada, ela estava cheia de cartas que pareciam baralhos. Tinham mais imagens ao contrário da chuva de corações (vermelhos ou pretos), balões e trevos e eram bonitas, diferentes, achou estranho que alguém jogasse fora algo assim. A imagem da mulher abrindo a boca de um leão deixou seu olhar sereno, era um detalhe que preencheu a fome do final do dia, para diminuir um pouco com a sede ao mirar os copos sendo virados um por um.

- Ei! Ô Bob! Quer uma cachaça?

As risadas em volta soavam diferentes. Não parecia que importavam tanto, a cachaça já não importava tanto mas responder aparentemente valia a pena.

- Tá falando comigo viadinho de merda?

O silêncio era ainda mais bonito do que o rosto deles. Ver o garoto finalmente entender que não era um homem era melhor ainda.

- Me dá essa porra de bebida aqui.

Tomou de um só gole.

- Bota outra.

Bebeu enquanto encarava a namoradinha assustada colada ao moleque. Os amigos não achavam que valia a pena fazer nada além de olhar e pedir a terceira dose antes que ele mesmo terminasse a segunda.

Bebeu a terceira dose, colocou o livro e a carta dentro de sua sacola e então saiu.

- Cuzão de merda. Playboyzinho do caralho.

terça-feira, 17 de maio de 2011

17 de maio

Tenho um problema sério para entender o mundo.

Anos atrás, quando eu tinha dificuldade para dormir, minha mãe deitava ao meu lado e dizia que monstros não existiam. Assim eu cochilava enquanto sentia suas mãos em meu cabelo e podia a ouvir sussurrar baixo que sempre me protegeria.

A mesma mulher estava chorando e me mandando embora de sua casa quando eu disse que estava apaixonado por outro homem. Até hoje fico pensando o porque pedi tantas desculpas. Porque insisti tanto em entender esse monstro a minha frente.

Entro em alguns clichês quando discuto com amigos. Aparentemente os gays são reis de seus lares. Sejam nossos bares, nossos encontros, nossas festas e nossas casas. Aqui reside o espaço permitido para sermos nós mesmos com quem quisermos nos envolver.

Acho engraçado quando ouço que todos somos promíscuos. Realmente existe algum problema nisso? Lógico que queremos nossas pegações, lógico que temos nossas Micarés também, lógico que uma hora isso também cansa e também nos apaixonamos por mais de um dia ao contrário do que discursam.

Imagine viver com medo. Imagine todos os dias colocar um sorriso no rosto o mais largo que você puder para encarar toda a hostilidade direta e indireta que recebemos. Imagine caminhar na rua ao lado da pessoa que você ama e não segurar suas mãos, não te permitirem olhar algo bonito e abraçá-la, sentir o quanto ela também te ama em uma conversa e ter que esperar chegar em casa para beijá-la!

Tenho um problema sério em entender o mundo que vocês pintaram como o seu.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

sexo oral

"Sexo oral é algo sujo. Ninguém deveria ser obriagado a fazer."

Qualquer pessoa que sinta nojo ao chupar quem estiver contigo na cama deveria apenas se masturbar. Ela não merece tocar outro ser humano.

"Conheci um cara que dizia odiar sexo oral. Ele dizia que fazer boquete era coisa de puta."

Provavelmente ele procurava suas "putas"por fora.

"Mas e o cheiro de uma mina incomoda?"

Por acaso você se preocupa com qualquer cheiro que não seja doença ou sujeira? Se você tiver incomodada é mais fácil voltar a ficar com caras. Não é a sua.

"Quem ama chupa."

Mentira! Quem gosta de fuder chupa.