Aquela manhã linda se abre e entre o acordar, não existe a vontade necessária de se sair de casa. Um dia alegre para um punhado de pessoas andarem com a família e gastarem seus débitos automáticos ou créditos por momentos marcados eternamente em máquinas digitais ou ambiciosamente em suas memórias mais doces.
Aqui do outro lado, apenas olhando a paisagem, se encontra uma pessoa amarga com o gosto de cinzero, lábios frios e bebida tornando-se bile a cada soluçar involuntário. Ele adoraria apenas se trancar e fugir de si mesmo, do mesmo modo que conseguiu dispensar a sua companhia de ontem apenas indicando a porta.
O celular toca, o telefone toca e o computador mostra que algumas mensagens de e-mails e conversas em Gtalks e Msns estão esperando um sinal de vida. Mas não há vida dentro deste casulo, apenas uma cabeça latejando e um corpo se dobrando para vomitar a cada tentativa de ingerir mais uma dose.
...
No terceiro dia batem na porta. Sem resposta alguém chama um chaveiro e então o casulo se abre trazendo um bom aroma que parece quase tátil ao mau odor desta casa.
Um corpo se encontra caído ao lado de alguns comprimidos e duas garrafas vazias deitadas ao chão.
Nenhuma carta, nada a ser dito. Apenas uma boa paisagem de um homem infeliz.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário