Esse quarto ainda ocupa uma presença que não é somente minha. Quase uma necessidade de continuar fazer presente, o que passou e foi tarde.
Sinto saudades do toque de Fernando em minhas costas, ainda posso sentir a nuca arrepiando quando colava seu rosto ao meu. Ficava zonza como estou agora, trêmula como um dia após um porre. Embriaguei-me no seu corpo.
Carlos nunca entenderia o que ele chamou, xingando, de traição. Ele era minha tranqüilidade, minha paz, meu foco. O amor que jamais senti por nenhum homem. Ele partiu com palavras duras e um rosto vermelho de lágrimas.
Amei aos dois ao meu modo. Transformando-os em símbolos de ordem e desordem a minha pessoa. Eles me faziam sentir completa, amada, desejada. Mulher.
Tive que dizer a Fernando que tudo acabara. Sem o meu centro não poderia viver na loucura da paixão ao seu lado. Ele também me xingou, também chorou. Mas foi o único que me bateu na cara antes de sair pela porta deixando sua presença quente em meu rosto.
Sinto saudades de me sentir segura com Carlos e perdida com Fernando.
Um comentário:
ás vezes, sinto falta de me sentir segura e perdida numa pessoa só.
sensação rara...
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