sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Fantasmas

Ser esquecido é pior do que morrer, pode estar certo disto.

Quando na ânsia pela vida você temer a morte, pense nas palavras aqui ditas. Trabalho incompleto, amor, zelo pelos vivos. Nada disso nos mantêm fixos em seu mundo. O ego nos mantém aqui pela necessidade de sermos lembrados.

A escuridão da lápide, o frio do solo, não é nada. Estar preso à nossa carne enquanto ela se desfaz, não é nada. Caminhar novamente no seu mundo, notando seus rostos indiferentes a nossa morte é pior.

Seguir vocês aos bares e ouvir suas risadas e conversas é mais doloroso que saborear suas lágrimas e dor. Queremos que sofram, que se desesperem em nossa memória, mas lembrem-se de nós!

E quanto ao gozo da mulher que amávamos entre o corpo e calor de outros? Estes, odiamos. Não por estarem com a mulher que amávamos, mas por poderem tocá-la, sentirem o hálito quente e o suor que pinga em seus peitos. Que mundo injusto o das sombras!

Quem dera os filmes estivessem certos em seus melodramas. Quem dera o mundo dos mortos pudesse entrar em contato com o dos vivos. Somente um momento, um vulto, um susto! Seria o bastante para que lembrassem de nós, os esquecidos.

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