terça-feira, 27 de maio de 2008

Fel

Olho esquerdo doendo e lacrimejando desde sua ausência. Não irei continuar gritando sozinho, batendo meus punhos contra o vidro de minha janela deixando o vermelho de meu sangue ao invés do embaçado do suor de nossos corpos.

Gosta do sabor do novo gozo em seus lábios? Ele provavelmente não sabe o quanto você gosta que cuspa em você, que te arranhe com força ao ponto de te fazer sangrar, de bater em seu rosto deixando-o bem vermelho e um leve tom arroxeado durante o dia. Não. Você jamais diria a seu novo amante o prazer secreto que confeccionou a mim.

Para ele você será a figura representada da fragilidade. A gueixa que ele terá tanto cuidado ao fazer amor, que jamais irá bater fundo o bastante para deixar teu útero dolorido.

Tenho pena de você sua vaca. Pena de ser os sonhos de um homem que jamais soube que pesadelos são mais marcantes que doces sonhos. Tenho mais pena de você do que de mim mesmo.

Vou deixar meu sangue correr como uma última hóstia em teu nome, sacramento sacana e pútrido. Tudo isso adoro em teu nome, em tua glória, em teu desejo. Que o sêmen caído em meu tapete seja o último derramado a ti.

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