segunda-feira, 7 de abril de 2008

Interseção

O casal fica abraçado um tempo após o gozo, os dois corpos cansados e respirando suados e satisfeitos. Ela deita a cabeça sobre o seu peito largo, enquanto passa a mão por suas coxas.

- Sempre gostei de suas pernas.

- Cláudia, eu tenho que levantar.

- Estou te machucando?

- Não. Só tenho que levantar.

Ela fica assistindo enquanto ele procura a cueca, mexendo na cama e ao encontrar se senta e a veste. Depois a calça e então começa a buscar a sua camisa.

- Não quer tomar um banho?

- Vou tomar em casa.

- Pode tomar aqui também.

- Porra Cláudia! Você sabe muito bem que não posso.

- Fala que foi a academia.

- Caralho...

Essa discussão é antiga e sempre termina do mesmo modo. Ela desiste de levar aos limites, dessa vez o orgasmo tinha sido bom o bastante.

- Quer que eu prepare um sanduíche para você?

- Com carne ou daquelas merda de sifú que você come?

- É tofú.

- Se não sangra é sifú.

- Tem rosbife do jantar.

- Tem que ser rápido.

Ele olha para o corpo nú caminhando em direção a cozinha. Essa mulher é linda. Os anos e todas essas manias de saúde, comida vegetariana e chás ainda mantém sua pele firme mesmo entrando nos quarenta.

Ela está preparando a comida enquanto ele a abraça e apóia seu queixo em seu ombro.

- Você é deliciosa.

- O seu problema Paulo é que você sempre ama com seu pau.

- Pensei que era o que mais gostava em mim.

- Só quando me abraça por trás.

Eles não chegam a transar. Ele desce a beija um pouco e a penetra o suficiente para que ela ainda possa sentir que poderia transar com ela novamente se quisesse.

Então veste sua calça e senta para comer o sanduíche.

- Está uma delícia.

- Por que parou?

- Tenho que ir, você sabe.

- Como está com a menina? Qual é o nome dela mesmo?

- Renata. Não quero falar sobre a ela.

- Por que não? Vocês sempre conversaram sobre mim.

- Cláudia!

- O quê Paulo? Não pode falar a sua nova mulher sobre sua antiga amante?

Ele se levanta, deixa o sanduíche pela metade no prato, pega as chaves do carro e abre a porta da casa.

- Você tem que deixar as chaves Paulo, você não mora mais aqui.

- Enquanto não assinar os papéis ainda sou seu marido e aqui ainda é minha casa.

- Vai se fuder!

- Prefiro fuder você.

Uma deliciosa ex-esposa. Uma embriagante e jovem esposa. Um escroque que não consegue separar quem ama de quem deseja.

“Foda-se! Fico com as duas.”

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