segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Horizonte

Bebidas por favor. Mais uma dose para sorrir, mais uma dose para tentar chorar, mais uma dose, por favor. Afinal, meu irmão está seguindo seu caminho e levando um pedaço de mim consigo.


Vou lembrar com certeza que dividimos um apê fudido no Cruzeiro, que para enganar a fome comíamos arroz com cenoura feita sem óleo e batatas como a base “forte” da alimentação. E sorria sempre que me lembrava de Cowboy Bebop ao olhar para a geladeira e ver os dois bebendo sem um puto.


Acho que comecei a beber de verdade ao andar com esse alcoólatra. Na verdade não somos mais por ganhar pouco, o dia que começar a ganhar muita grana iremos morrer com certeza.


Terras frias e cinzas estão à espera. E é irônico que ultimamente tenha sentido tanto frio por aqui, mesmo no calor.


Existe um medo, óbvio que existe! Quando alguém que você gosta vai embora, você fica assustado. O mesmo clichê de andar olhando para os lugares que freqüentaram e não deixar de esquecer, infelizmente não serve apenas para nossas meninas.


Amadurecer é uma merda. Queria pela primeira vez o sentir da adolescência de novo. Onde esse cara que é era apenas um magrelo de cara esquisita, ia a minha casa e ficávamos brincando de tomar porres, rindo, vendo animes e jogando RPG.


Pagar contas, crescer, buscar sonhos e ser ambicioso estraga tudo e mata a gente de saudades. Que merda. Odeio conhecer gente inteligente! Odeio chamá-los de irmãos! Odeio dever ser quem sou! Odeio ser a porcaria de um pisciano viadinho que não consegue esconder o quanto está dolorido com essa merda toda!


Aê vem aquele imbecil e te olha nos olhos dizendo que vai dar tudo certo e você sente, como sempre, que ele está certo e desencana. Ri, porque tem motivos para estar triste. Porque olha em volta e nota outros olhares sentindo o mesmo e o vendo em várias outros ângulos que você mesmo não conheceu dele.


Vamos todos beber saindo daqui, pelo amor de Jah! Que o Barahona faça uma boa viagem, ele apenas indicou o caminho marujos. Um dia será nosso momento de seguir viagem.

Um comentário:

Piotr disse...

parafraseando Drummond:

o mundo é grande e cabe nessa janela sobre o mar
o amor é grande, mas cabe na cama e no colchão de amar

pequeno e grande é o mundo
até onde vai a sua fronteira?
qual é o comprimento da sua coleira?