quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Calor

Banho frio e pele queimando. Febre ao caminhar apenas pequenos passos no dia-a-dia, sol aberto e a pino. Sorrindo quando alguém diz que está muito bonito bronzeado, esqueça a falta de ar nesse abafado estado de derreter e perder os sentidos.


Brasília, as novidades pela televisão são as menos originais, todo dia é o dia mais quente desde sei lá quando dos anos 90, 80, 70 e agora 60. Parece que todos viviam em um período mais quente que esse deserto louco, sem mar, lagoa potável e clubes sem crianças e uma penca de pessoas buscando o mesmo alívio, em trajes ultrajantes.


Vontade de beber, de tomar sorvete, de trepar e cair cada um para o outro canto sem nenhum pudor ou conceito contrário a intimidade. O calor ajuda ao desligar da etiqueta do abraço ou do afago, suando em bicas a menina embaixo de mim implora para que eu termine logo.


“Eu já gozei gatinho, por favor termine.”


Banho frio e demorado, beijo quente e acelerado. Mais uma ida aos lençóis empapados e a certeza de uma repetição hipnótica e embaçada ao calor que insiste em humilhar o ventilador na potência máxima.

2 comentários:

tatiana reis disse...

sexo nesse calor...com gelo por favor!Bom te ver zé...mesmo que assim tão rapidinho.

Alana Wenu disse...

Ah, como eu gosto da tua forma de escrever...
=]