segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Domingo Musical

Esse texto tá saindo como entrou em minha cabeça, assim maroto, matreiro e sem nenhuma correção caso alguém escorregue ou pise no pé.

Fazia tempo que eu não dançava tanto em um só dia. E essa alegria de sentir seu corpo queimando, o ar saindo rasgando até a endorfina bater e você se sentir voando é o melhor que existe se tratando de dança.

O dia já começou bem por se tratar do convite de uma moça que nasceu com sapatilhas: "quer ir almoçar comigo? assim passamos a tarde juntos antes de cair para o ccbb para o show."

Claro que vou. Claro que passamos uma tarde linda depois do almoço em seu atelier até ouvir o celular tocando para um convite: "zé? é o pedro. cai lá na roda de capoeira. vem ver de qual é."

Começou o domingo de música antes mesmo do previsto. A roda simplesmente me deixou encantado. Pedro apanhando da moça matreira foi hilário, bonito e tudo mais ao mesmo tempo. A troca de ladainhas, instrumentos, movimento e voz é de arrepiar qualquer um que encare atento.

"você precisa ver como fica com a bateria completa. hoje tinha pouca gente e quem canta muito é minha mestra. vem aqui um dia fazer um treino e ver de qual é."

Convite aceito meu irmão. Bonito demais para a propaganda não colar.

Opa! Está quase na hora, vamos sair correndo para o CCBB.

"zé o rud toca hoje no Balaio, aparece lá."

Ok, vamos depois do show. Agora correndo para o CCBB, ouvindo samba no carro e perdidos na voz de Ivone Lara, Jorge Aragão, Alcione e a Velha Guarda embalado o final de tarde que queimou o céu de Brasília.

Que show fantástico! O grupo A Quatro Vozes, saiu por detrás da platéia em uma onda de canto que simplesmente emudeceu aqueles que ainda cantavam. Lindo, emocionante, viceral. Ouvir esse canto de mulheres que eram catadoras de café me fez agradecer por essas vozes, terem saído da lavoura e também me fez pensar em quantas ainda se mantêm por lá. Terminaram como começaram, levando um maracatu que acabou com meu fôlego entre os giros, em uma humildade sublime.

Depois para encerrar a noite a Banda de Pau e Corda, já estava cansado e as meninas me fisgaram demais para eu ficar muito atento a música deles. Bonita, suave... só que suave demais! O público tinha ido ao climax com as Quatro Vozes e agora estavamos meio que descansando e quando penso que não iria mais levantar, eis que surge o frevo. Linda forma de levantar novamente.

Encerrado o Vox Brasilis, no auge da animação fomos correndo para o Balaio. Tinha que honrar o convite oras!

Adoro esse segundo, terceiro, quarto fôlego! O Rud está de parabéns pela escolha das músicas e minha menina... Oras ela é todos os motivos para o salão ficar vazio e tudo ser apenas suor, ritmo, quadris, música e sorrisos sem fim.

Como amo dançar contigo moça, como você completa meus passos e pensamentos, seja no frevo, maracatu, coco, samba ou nosso próprio som.

Adorei esse domingo e que as batatas das pernas que se sustentem! Não vou deixar essa música sumir.

Um comentário:

tatiana reis disse...

Que lindo Zé...
a capoeira mexe comigo de um jeito...nao me movo, fico ali, encantada, olhos atentos ao balanço de corpo, aos olhos de quem joga.
Teu post me fez querer dança.

beijo