terça-feira, 14 de março de 2017

Detetive ao som de pagode

Ele não acreditava em milagres, salvo o Botafogo ser campeão mundial, mas preso em uma máquina com um som monótono ele percebe que não existem milagres, apenas uma maldição de existência após três tiros nas tripas.
- Senhor, Madureira?
O policial de terno barato estava aguardando no sofá de visitas. Pelo menos alguém na falta de um familiar.
- Meu nome é Antônio Silva. Precisamos conversar sobre os assassinatos que ocorreram.
- Legítima defesa.
- Não duvido disso, mas preciso que...
- Só com meu advogado presente.
A paciência do policial acabou e ele aperta o saco de soro fazendo meu peito pular e o braço sangrar.
- Escuta aqui, seu merdinha. Quem você matou era um homem importante. Importante o suficiente para te manter vivo. Que tal começar a falar aonde está a menina?
Não entreguei a garota sobre ameaças, tinha dito que ela valia a minha vida, mas impressionantemente um homem pode mudar de ideia ao sobreviver ao sacrifício.
- No meu escritório! Não tem como errar é a sala queimada e cheirando mal.

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