Um amontoado de rostos falsos sobre uma gaveta e uma máquina que não para de fotografá-los. Queria parar um instante e focar algum sentimento, talvez alguma coisa que não dure entre o avisar e o clique.
- Não posso discutir isso com você Dri. Não tenho tempo, paciência ou qualquer saco para mais uma de suas crises.
- Você tem tempo o bastante para o seu trabalho.
- Nem para ele eu tenho desde que você não parou de falar.
Na primeira semana eu jurei a mim mesmo que estava certo. Era só uma maldita birra, mais uma das várias. Os mesmos problemas de sempre, a lista era enorme e cansativa: Modelos, modelos nuas, festas, minhas drogas, meu trabalho, minhas amantes imaginárias e algumas vezes as reais.
- Você está fora de foco.
- Então pela primeira vez somos dois.
Não importava o quanto eu mantinha o sorriso para as modelos, o quanto eu cheirasse ou fumasse, quantos boquetes eu recebesse após deixar os flashes desligarem e HD descarregando. Na segunda semana eu tive certeza que a perdi.
- O que você quer?
- Quero que você volte.
- Não quero saber disso Diego. Estou melhor sozinha.
- Eu ainda estou com suas fotos.
- Já olhou para elas?
- Claro que sim. Todos os...
- Dê uma olhada nas últimas.
Estava bem ali. Os olhos vazios, tristes. Foi o que disse no nosso primeiro encontro.
- Por que você é fotógrafo?
- Porque as fotos não mentem.
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2 comentários:
as fotos prendem a alma...
never did I know you so well before this blogg.
Mike
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