
Encontrou um livro velho e uma caixa rasgada, ela estava cheia de cartas que pareciam baralhos. Tinham mais imagens ao contrário da chuva de corações (vermelhos ou pretos), balões e trevos e eram bonitas, diferentes, achou estranho que alguém jogasse fora algo assim. A imagem da mulher abrindo a boca de um leão deixou seu olhar sereno, era um detalhe que preencheu a fome do final do dia, para diminuir um pouco com a sede ao mirar os copos sendo virados um por um.
- Ei! Ô Bob! Quer uma cachaça?
As risadas em volta soavam diferentes. Não parecia que importavam tanto, a cachaça já não importava tanto mas responder aparentemente valia a pena.
- Tá falando comigo viadinho de merda?
O silêncio era ainda mais bonito do que o rosto deles. Ver o garoto finalmente entender que não era um homem era melhor ainda.
- Me dá essa porra de bebida aqui.
Tomou de um só gole.
- Bota outra.
Bebeu enquanto encarava a namoradinha assustada colada ao moleque. Os amigos não achavam que valia a pena fazer nada além de olhar e pedir a terceira dose antes que ele mesmo terminasse a segunda.
Bebeu a terceira dose, colocou o livro e a carta dentro de sua sacola e então saiu.
- Cuzão de merda. Playboyzinho do caralho.